Parte
da imprensa realmente não trata
jornalisticamente
denúncias contra RC
por Rubens Nóbrega (observador credenciado)
Alvo de sucessivas denúncias levadas à Justiça pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) via Operação Calvário, o ex-governador Ricardo Coutinho também seria atacado por antijornalismo da imprensa local na cobertura da mesma operação.
Segundo articulistas que defendem o ex-governador, notícias e comentários sobre informações da Calvário divulgadas em diferentes mídias com força de opinião no Estado apoiam e reforçam perseguição jurídica da qual Ricardo Coutinho seria vítima.
O assunto merece atenção deste observador porque defensores do político apontam reiterada e deliberada omissão de tais veículos na divulgação das manifestações da defesa de Ricardo – que sequer procurariam – a cada denúncia apresentada pelo MP.
Sem prejuízo de outras checagens sobre a procedência de tal questionamento, vejam a seguir um resumo do tratamento dado por seis dos principais portais jornalísticos da Paraíba às duas últimas denúncias contra o ex-governador e outros investigados.
PRIMEIRA DENÚNCIA
Divulgada no dia 2 deste mês, a primeira denúncia de setembro contra o ex-governador estende-se a três irmãs e um irmão dele e mais duas pessoas, acusados por lavagem de dinheiro com imóveis e animais de alta linhagem, entre outros bens.
“São acusações requentadas, que só reafirmam a perseguição implacável a que estão submetidos o ex-governador e familiares”, manifestou a defesa de Ricardo ao G1PB (Grupo Paraíba), único dos portais pesquisados que teria procurado ouvir o acusado.
Em mais quatro portais de porte assemelhado – Wscom, PBAgora, Correio e ClickPB – não foi encontrada, nesse caso, qualquer linha do básico do básico do jornalismo: pelo menos tentar ouvir o outro lado, ou seja, denunciados ou respectivos advogados.
SEGUNDA DENÚNCIA
No Polêmica Paraíba, sexto portal incluído na pesquisa, nada foi encontrado sobre a denúncia divulgada dia 2, mas o portal trouxe a segunda denúncia no dia 14. Wscom, PBAgora, Correio também. Dando ao fato o mesmo tratamento antijornalístico.
Na denúncia que veio a público na última terça-feira, Ricardo e mais 12 pessoas são acusados de receber propinas da Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul, que no governo do principal acusado (2011-2018) geriu o Hospital de Traumas de João Pessoa.
Na edição e publicação dessa nova denúncia, além do G1PB, dessa vez o ClickPB – e nenhum outro portal pesquisado – também buscou a defesa do ex-governador, que não quis se pronunciar sob a alegação de não ter lido a peça apresentada pelo MPPB.
CONCLUSÃO
Procedem em boa parte os protestos contra o mau jornalismo que se expõe no texto de algumas matérias sobre denúncias de corrupção passiva e outras formuladas pelo MP contra o ex-governador e demais investigados na Operação Calvário.
A verificação feita nos portais avaliados não atesta nem sugere, contudo, a existência de uma generalizada conduta imprópria na imprensa paraibana em desfavor de Ricardo Coutinho, como acusam jornalistas e blogueiros que o defendem.
Observação pertinente e necessária Rubens! Há de se acrescentar que desde que a estratégia LAWFARE foi criada e diagnosticada que ela vem "casada" com alguma articulação do "Quarto Poder". Há que se distinguir, porém, essa articulação de classe com a simples má-fé e a busca mediana por audiência.
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