terça-feira, 22 de março de 2022

O que imprensa não conta sobre os preços dos combustíveis?

Descrição para cegos: foto de detalhe do painel de um veículo. Mostra o ponteiro do marcador do nível de combustível assinalando que o tanque está quase vazio. Um pouco abaixo, aparece aceso o ícone de uma bomba de gasolina, aviso de que o carro precisa ser abastecido.

Por Carmélio Reynaldo (observador credenciado)

No dia 11 deste mês, gasolina, diesel e gás de cozinha tiveram um aumento nos preços, e nos postos de abastecimento enormes filas se formaram. Um cenário que ficara apenas na lembrança de quem viveu as décadas de 1970 (crise mundial do petróleo) e 1980 (hiperinflação pós ditadura). O assunto, desde então, tem ocupado o noticiário, mas o jornalismo cartelizado que controla a opinião pública aponta para o lado errado, anuviando as responsabilidades, pois, se não faz isso, quebra um dos seus pilares básicos, que é o forte vínculo com o sistema financeiro. 

Culpa a guerra na Ucrânia, a alta no preço do petróleo, a defasagem do real em relação ao dólar e até a retenção, por algumas semanas, de reajustes que a Petrobras deveria ter aplicado para seguir os preços internacionais. Não diz que essa disparada de preços com potencial de jogar o país em uma crise econômica igual às do final do século passado é consequência do desmonte da Petrobras acelerado a partir de 2016, tirando-lhe, inclusive, o papel que cabe a uma empresa estatal, de realizar políticas de Estado.