Programas policialescos são jornalísticos?
Por Mabel Dias* (observadora credenciada)
10 de
dezembro celebramos os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e,
no Brasil, programas que violam direitos são exibidos no horário do almoço,
desrespeitando leis brasileiras e a dignidade humana. Por que esses programas continuam
no ar, mesmo afrontando direitos humanos?
Desrespeito à
presunção de inocência, exposição indevida de pessoas, desrespeito a decisões
judiciais, tortura psicológica e tratamento desumano ou degradante, exibição de
adolescentes e crianças vítimas de violência. Estas são algumas das violações
de direitos encontradas nos programas policialescos, transmitidos pela maioria
das emissoras de TV brasileiras, nacional e regionalmente. O conceito
policialesco foi elaborado pela pesquisadora Suzana Varjão, que significa
“programas que divulgam violência e criminalidade, apartados do horizonte ético
que guia a prática jornalística”. As violações citadas no início deste texto
foram encontradas em programas na TV e no rádio, em todas as regiões do Brasil,
monitorados por pesquisadoras/es durante 30 dias, e fazem parte de um estudo
realizado em 2015 e 2016, publicado no Guia de
Monitoramento de Mídia Brasileira, coordenado pela Agência Nacional dos
Direitos da Infância (Andi), Intervozes, Ministério Público Federal e Ong Artigo
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