sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
terça-feira, 22 de fevereiro de 2022
A mídia paraibana e as pessoas “matáveis”
Descrição para cegos: foto de jovem negro com a mão espalmada encobrindo o rosto. O gesto pode ser interpretado como sinal de pare. |
Por Mabel Dias (observadora credenciada)
Mais um jovem periférico foi assassinado em João Pessoa. A
mídia paraibana cumpriria um papel essencial no esclarecimento destes crimes,
no entanto, prefere repercutir apenas a fala oficial: que os assassinatos
aconteceram por causa do tráfico ou porque o jovem era usuário de drogas, sem
fazer nenhuma reflexão sobre esses acontecimentos.
Não sei vocês, mas me entristece muito saber que, quase todos
os dias, um jovem é morto na Paraíba. Jovens pretos e pobres, é bom que se
diga.
Na sexta passada, 18, mais uma violência contra a juventude
foi noticiada por programas de TV em João Pessoa. O rapaz tinha apenas 17 anos
e foi espancado até morrer. Imediatamente, me remete ao congolês Moise Mugenyi,
que também foi espancado até a morte no Rio de Janeiro, e tinha apenas 24 anos.
sábado, 19 de fevereiro de 2022
Policialesco reforça preconceito
contra ocupações populares
Descrição para cegos: foto de uma parede onde se lê a pichação: “Você tem onde morar? Eu não”. Ao lado da pichação, veem-se bolsas penduradas em um prego. (foto de Fernanda Morena). |
Por Mabel Dias (observadora credenciada)
No último sábado, 12 de fevereiro, o programa
policialesco Cidade em Ação, transmitido pela TV Arapuan, exibiu uma reportagem
sobre a prisão de duas pessoas que, segundo a guarda municipal de João Pessoa,
responsável pela prisão, estavam realizando golpes pela internet. Entre os
entrevistados na matéria estão o Secretário de Segurança Municipal, João
Almeida, e uma das guardas municipais que atuou para a detenção dos suspeitos.
No momento da entrevista com o secretário, realizada
pela repórter Thaisa Aureliano, são mostradas imagens da Ocupação Popular Terra
Livre, que fica na Av. Pedro II, Centro da capital. Segundo o secretário, as
pessoas que foram detidas estavam morando nessa ocupação. A imagem do local é
exibida várias vezes durante a reportagem, enquanto o secretário fala em “formação
de quadrilha”.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022
Duas reportagens e uma reflexão: cobertura de um lado só?
Descrição para cegos: foto de uma sala de aula vazia, com carteiras arrumadas e mesa para ministrante. |
Por Joana Belarmino (observadora credenciada)
Assisto
todos os dias aos principais telejornais da TV Cabo Branco e constato uma
situação generalizada na cobertura. Sindicatos e outros movimentos sociais
literalmente desapareceram da produção dos conteúdos veiculados, verificando-se
uma parcialidade que chega a afrontar o saber/fazer cotidiano desse campo
profissional.
Os dois
exemplos mais recentes trataram da volta às aulas na UFPB e da greve dos
professores do município de Campina Grande. A primeira cobertura deu-se no JPB
segunda edição, da última terça-feira.
sábado, 12 de fevereiro de 2022
Ricardo Coutinho barrado na Arapuan: samba de uma nota só
por Rubens Nóbrega (Observador Credenciado)
Em vídeo de
larga circulação e ampla repercussão em mídias e redes sociais divulgado nessa
sexta-feira (11), o ex-governador Ricardo Coutinho denunciou ter sofrido veto a
uma entrevista que daria ontem por volta das 11h à rádio Arapuan FM de Patos.
Ele atribuiu o veto ao empresário João Gregório, concessionário da emissora, e
ao jornalista Luiz Torres, ex-secretário de Comunicação do governo Ricardo
Coutinho, apresentador do programa Frente a Frente da TV Arapuan, de João
Pessoa.
O vídeo foi
publicado inicialmente pelo próprio Ricardo Coutinho, em seu perfil no Instagram, com a seguinte informação: “Pois
bem companheiros, compartilho com vocês a censura que sofri hoje por parte de
um veículo de comunicação. Vale lembrar que tratar-se (sic) de uma concessão
pública. ✊⭐”. Até o meio da tarde de ontem, às
15h10, a postagem contava 1.233 curtidas e 249 comentários, a quase totalidade em
apoio ao ex-governador e de repúdio à pretensa censura que ele teria sofrido na
Arapuan de Patos.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2022
PESQUISA (III)
G1PB lidera acessos entre profissionais da comunicação
Quase dois
terços dos jornalistas, radialistas, publicitários e outros que atuam em comunicação na
Paraíba usam Internet mais pela manhã, quando a maioria absoluta (73,7%) desse
público acessa portais como o G1PB, MaisPB e o Wscom, de João Pessoa, segundo
pesquisa do Observatório Paraibano de Jornalismo (OPJor) divulgada nesta terça-feira
(7).
Das 100
pessoas que responderam ao questionário disponível neste blog desde 22 de
novembro de 2021 e enviado um mês depois a veículos de todo o Estado, 61
(61,6%) preferem visitar ou visitam a web pela manhã. O segundo horário mais
acessado é o noturno (22,2%). A tarde ficou com 14,1% das preferências e a madrugada,
com apenas 2%.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
Os detratores
Descrição para cegos: foto de uma máscara das usadas para prevenir contaminação por covid, sobre o teclado de um notebook.
Por Rubens Nóbrega (observador credenciado)
Ano passado, li em rede social e ouvi no rádio os
professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) serem chamados de ‘vagabundos’
porque não dariam aulas presenciais na pandemia. Teve reprise nessa
quinta-feira (3): os mesmos ‘vagabundos’ estariam usando a nova escalada da
Covid como desculpa para não voltarem à sala de aula.
Curiosamente ou nem tanto, a infâmia partiu em 2020 de um
professor aposentado da área de Comunicação; no rádio, de dois jornalistas
ativos em programas da linha ‘popular’, ambos formados em Comunicação por
universidades públicas, entre as quais a própria UFPB. Dessa vez, eles não
cometeram ataque explícito. Usaram o deboche que os seus ouvintes devem
assimilar como ‘humor’.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022
Violência e cobertura midiática: um caso para reflexão na TV de João Pessoa
Por Joana Belarmino (observadora credenciada)
Tenho assistido regularmente aos telejornais da TV Cabo Branco, sobretudo o Bom Dia Paraíba e o JPB 1ª edição. A cobertura, no geral, adota o jornalismo informativo, enquanto as críticas e reclamações são delegadas à audiência, que envia seus comentários via aplicativos de rede social, os quais são lidos na bancada dos telejornais.
Nada tenho contra o jornalismo informativo e o de serviços. Os gêneros são fundamentais para manter a sociedade informada. Falta, porém, nos telejornais assistidos, análise, argumentação, trabalho de compreender e apresentar a realidade das coberturas para além dos fatos do dia a dia, o que encaminha a audiência para uma espécie de banalização e “naturalização” dos acontecimentos.