Tragédia é o que desperta a imprensa para questão ambiental - diz professor
Descrição
para cegos: foto do professor Saulo Vital durante a gravação do programa,
falando ao microfone. |
Em geral, a imprensa abre espaço para questões
ambientais quando acontece desastre de graves proporções ou, quando surgem
projetos de governo que ameaçam o meio ambiente, procura informações e opiniões
dos cientistas apenas para estabelecer algum contraponto com informações e
opiniões dos governantes. “Alguns (fazem isso) com tendências”.
É assim que o professor Saulo Vital,
doutor em Geociências da UFPB, avalia a cobertura da mídia às catástrofes do
clima e programas governamentais nessa área. Segundo ele, se falta à imprensa
ir além da cobertura da desgraça, falta ao poder público investir em uma defesa
civil qualificada para fazer prevenção e fomentar uma cultura de risco que prepare
as pessoas para sobreviver aos desastres naturais.
Lembrou o caso do ciclone que destruiu
o interior do Rio Grande do Sul. “Pessoas caminhavam normalmente pelas ruas,
estacionavam carro, enquanto as águas do rio subiam”, observou, ressaltando
ainda que os governos de todas as esferas – do federal ao municipal – têm
ignorado os alertas do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais).
Saulo Vital foi o entrevistado dessa
terça-feira (12) do Observatório Debate, programa do Observatório Paraibano de
Jornalismo (OPJor). Ele disse ainda que professores e pesquisadores da
Universidade Federal da Paraíba têm conhecimentos e práticas de alto nível para
ajudar população e governos a salvarem vidas em eventos climáticos extremos e
protegerem o patrimônio ambiental.
Citou como exemplo o caso da Tito
Silva, comunidade de João Pessoa inundada em 2018. Lá, dezenas de mortes foram
evitadas graças a um plano de contingenciamento desenvolvido para os moradores
pelo professor Marcelo Moura, também da UFPB, em um trabalho de extensão com
estudantes que não recebeu qualquer apoio – mesmo solicitado – da Defesa Civil
municipal.
A entrevista do professor Saulo Vital,
na íntegra, está disponível no canal do YouTube do OPJor. Para assistir, clique aqui.
Ótima e realista abordagem. Infelizmente, temo que essa preocupação não chegará, nem aos governantes nem a mídia. Vale lembrar que, de alguma forma promíscua, patrões da midia e governantes andam juntos. No final sempre haverá um "eduardo leite" pra dizer que "não é hora de procurar culpado", enquanto tenta resgatar corpos dos escombros. E "lá nave va". O observatório tem levantado temas importantes, relativos ao cotidiano da imprensa. Mas parece que os profissionais estão ocupados demais com as RECs para acompanhar e debater estes assuntos. Parabéns e bom dia.
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